sexta-feira, 23 de novembro de 2007

FATOS-HISTÓRICOS

Construção da Estação Ferroviária

Em 1873, com a passagem da Estrada de Ferro Dom Pedro II na região, os irmãos João Emidio Ribeiro e Antônio Francisco Ribeiro doaram um terreno da Fazenda Lavrinha, de sua propriedade, para a E. F. D. Pedro II, com o objetivo de construir uma estação às margens da Estrada de Ferro e assim atender a grande produção cafeeira da localidade.

Em 12 de outubro de 1874, foi inaugurada a Estação Ferroviária, sendo a segunda estação no estado de São Paulo do eixo Rio de Janeiro - São Paulo. Sua inauguração ocorreu com uma viagem feita pela locomotiva a vapor construída por Willian Fair Bain & Sons de 1852. Em torno das estações das estradas de ferro, formaram os núcleos de pequenas vilas que mais tarde se transformaram em cidades e Lavrinhas não fugiu a regra.

A importância da construção da Estação Ferroviária de Lavrinhas, assim como de todas as demais estações, se deve ao fato de que em seu entorno formaram-se pequenos povoados que se desenvolveram e que contribuíram para o crescimento das localidades.

No final de 1970, a estrada de ferro sofreu um desvio de alguns metros e hoje o prédio da estação encontra-se distante da estrada por cerca de 15 metros. Abriga a sede da Prefeitura Municipal e o Cartório de Notas e fica no centro da cidade.


Mudança da Sede do Município

A cidade de Lavrinhas teve origem na localidade denominada Pinheiros, em 1827, em torno da Capela de São Francisco de Paula. De lá até o ano de 1944, a sede do município alterou diversas vezes entre essas duas localidades, devido a conflitos e interesses políticos.

Em 13 de março de 1846, São Francisco de Paula de Pinheiros é elevada à categoria de freguesia pertencente à Queluz. Em 27 de junho de 1881 torna-se município independente, desmembrando-se de Queluz e em 06 de novembro de 1906 passa a se chamar Pinheiros. É criado o Distrito de Lavrinhas, criado pelo Congresso Legislativo Estadual em 30 de novembro de 1917 e em 21 de maio de 1934, tanto Pinheiros como Lavrinhas voltam a pertencer a Queluz.

Pinheiros volta a ser a sede do município em 04 de setembro de 1937, mas em 30 de novembro de 1944 Lavrinhas passa a sediar definitivamente o município e Pinheiros torna-se bairro, permanecendo assim até os dias de hoje.

Construção de viaduto particular sobre a Estrada de Ferro
A construção do viaduto constitui-se em importante fato histórico, uma vez que foi o único do gênero no Brasil com caráter particular e vitalício. Tinha início no portão do Casarão Chalet, de propriedade do Coronel Manuel Pinto Horta e cruzava a linha férrea terminando poucos metros adiante, próximo ao seu armazém.

Construído pela Estrada de Ferro Central do Brasil, possuía estrutura de ferro e madeira, foi concluído em 1898 e tornou-se marco histórico ferroviário.

Como curiosidade pode-se citar que a Estrada de Ferro Central do Brasil adquiriu uma locomotiva importada da Alemanha para a viagem inaugural da linha Rio de Janeiro – São Paulo. Porém, a locomotiva teve que ficar parada na cidade de Lavrinhas, pois a altura de sua chaminé não permitia sua passagem sob o viaduto. Foi chamado então, um técnico para diminuir a altura da chaminé, uma vez que o viaduto não poderia ser alterado em sua estrutura.

Anos mais tarde, o viaduto foi destruído por um trem, restando após o acidente e até os dias de hoje, apenas as suas bases.


Revolução de 1932

Durante a Revolução de 1932 a cidade de Lavrinhas e mais especificamente o bairro de Pinheiros foi palco de sangrentas lutas, sendo gravemente prejudicada em sua estrutura física. Estando localizada em um importante eixo geográfico, entre as divisas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, Lavrinhas foi considerada ponto estratégico, servindo de cenário e base para vários ataques.

Sedes de antigas fazendas de café, assim como a paróquia de São Francisco de Paula, foram parcial ou totalmente queimadas e destruídas. Muitos dos livros da paróquia de Pinheiros desapareceram, inclusive o Livro de Tombo, único que existia, entre tantos outros que continham diversos registros sobre a vida dos moradores. Foram abertos então novos livros, mas importantes registros foram destruídos pela Revolução de 1932 e assim perdeu-se boa parte da história local.


Inauguração da Rodovia Presidente Dutra
No dia 19 de janeiro de 1951, o então Presidente da República, general Eurico Gaspar Dutra, descerrou na altura do km 22 no município de Lavrinhas, a placa de inauguração da BR-2, a nova Rodovia Rio de Janeiro - São Paulo, atual BR 116, também conhecida como Rodovia Presidente Dutra.

A Rodovia, que até então levava 12 horas para ser percorrida, teve seu tempo reduzido para 6 horas após a sua inauguração e permitiu diminuir a distância entre as duas capitais em 111 quilômetros. Contava com pista simples, em sua maior parte, com tráfego em mão-dupla e representou um dos maiores desafios de engenharia da época, permitindo a construção de aclives e declives menos acentuados, curvas mais suaves e a superação de diversos obstáculos naturais.